Há 87 anos, os Orixás nos presenteavam com a chegada de Lélia Gonzalez. Desde então, o mundo nunca mais foi o mesmo. Aprendemos muito sobre feminismo negro e interseccionalidade; e aprofundamos os debates sobre raça-gênero-trabalho, genocídio anti-negro e cultura negra.
Lelia González foi definitiva no seu tempo. Chegando na encruzilhada, optou pelo caminho da renovação de comunicação com negras e negros no mundo. Inovando a coragem, a força.
Uma potência em forma de mulher. A bravura das tempestades de Iansã se uniu com a estratégia doce de Oxum para vencer a guerra. Mesmo hoje, já longe fisicamente de nós, Lélia continua sendo potência que nos leva a entender, refletir e agir contra as estruturas embranquecidas e racistas que nos limitam e matam.
Sua representatividade se faz necessária pela própria continuidade da vida, mas sobretudo, da luta cotidiana para desfacelar as contradições e as inúmeras sutilezas da herança escravagista.
Lélia foi, é e sempre será um grito de esperança dado por aqueles que enchem o peito de coragem para lutar pelas próprias vidas, para retomar nossa ancestralidade apagada, nossa cultura esquecida, e nossa dignidade humana roubada.
Ela é quem faz entendermos e sentirmos orgulho do sangue afro-latino-americano que corre em nossas veias. Dessa maneira, hoje é um dia de celebração! Uma data para comemorar a sorte de ter vivido no mesmo tempo de uma mulher tão inteligente, bem-humorada, corajosa e amiga.
Lélia vive em cada um de nós! Lélia é eterna! Motumbá grande Ancestral de luz Lélia González, pelos teus 28 anos no Orum!
Saravá!
Pesquisa: @eliagonzalezvive