Por Francis Ivanovich:
Recentemente conheci um artista popular que fiquei fã: Renato Biguli. Artista resistente que representa muito bem a nossa sofrida e potente Baixada Fluminense. Biguli a cada dia invade novos territórios com sua inteligência musical, carregada de sinceridade, energia, vencendo preconceitos e desigualdades.
O conheci num belíssimo projeto dirigido por Paulinho Sacramento, lá em Oswaldo Cruz, na sede do importante bloco Agbara Dudu, Biguli é o apresentador desse projeto que em breve vai estar na telinha.
Ontem, 22 de abril, quando o Brasil vive um período delicado em sua Democracia, testemunhei de pertinho sua musicalidade, versatilidade e profissionalismo, ao dar uma palinha durante o energético show do Monobloco, para mais de 8 mil pessoas, na Fundição Progresso. No palco, Biguli fica tão à vontade, que me remete ao papel do menestrel.
O menestrel era o artista popular da Idade Média, um poeta popular que com seu lirismo contava histórias de lugares distantes ou acontecimentos da vida real ou histórias mitificadas. Biguli é um menestrel que também narra histórias da vida de um lugar ainda distante da justiça social e da liberdade, a Baixada Fluminense; terra que tive o privilégio de passar minha infância de bola de gude, futebol, pipa e goiabeiras. Biguli é o menestrel da Baixada contemporânea, cantando suas belezas e lutas, sem ser panfletário.
Renato Biguli que está na estrada do som desde a década de 90, possui uma qualidade que considero fundamental num artista da música, coragem para transitar pelos diversos ritmos, gêneros como o samba, rap, funk, MPB, Soul, Reggae, etc…
Se você não conhece Renato Bugli, vale ouvir alguns dos seus trabalhos no Spotfy. A Baixada Fluminense confirma ser celeiro de gente do bem e talentosa, sem esquecer que é um lugar de gente resistente, que tem voz e pensa.
Salve Biguli!
Francis Ivanovich é jornalista, cineasta, autor e integrante do Saravá Cultural.