Por Francis Ivanovich:
A pandemia e a guerra demonstram claramente que o Brasil deve fortalecer-se em áreas estratégicas, não entregando nossas riquezas e empresas ao domínio estrageiro. O presidente Lula ao visitar o México afirmou em seu discurso que “queremos uma América Latina unida, desenvolvida, inclusiva e soberana, e estamos prontos para construí-la”. O discurso de Lula me fez refletir sobre o atual momento da nossa história.
Está mais do que na hora do Brasil assumir o protagonismo nas Américas Latina, Cental e Caribe e liderar sua união e fortalecimento. A realidade atual estampa a necessidade de criarmos as condições para que os brasileiros e seus irmãos possam usufruir das suas riquezas de maneira igualitária e soberana. Não podemos mais ser dependentes dessa velha política de dominação praticada pelas cambaleantes potências mundiais.
Lula é o líder natural da América Latina e tem todas as condições para coordenar esse projeto mais que necessário. Nosso país e nosso continente é muito rico e pode conquistar sua liberdade econômica fortalecendo os mercados, praticando de fato uma cooperação em todas as áreas.
A pendemia, agora a guerra, escancaram nossas vulnerabilidades diante desse sistema globalizado que é comandado por oligarcas bilionários que sustentam o poder desses países que se imaginam donos de nossas vidas e do mundo.
A realidade demonstra o quanto é nociva ao nosso futuro a política entreguista praticada pelo atual desgoverno em Brasília. De nacionalistas eles não têm nada. São serviçais desse sistema, e por isso sempre defenderam vender a Petrobras, Eletrobras, etc.
Não foi por acaso que entregaram a fábrica nacional de fertilizantes, criada para livrar o país da dependência de importações, obra que custou R$ 3,7 bilhões, e foi negociada para usar matéria-prima da Rússia. Agora esta fábrica faz muita falta para nossa agricultura e até para os barões do agronegócio que, em sua quase totalidade, apoiam este desgoverno entreguista, que de Pátria Amada só mesmo na publicidade chapa-branca.
Lula defende nossa autonomia, soberania. Sua possível eleição pode representar para o Brasil e toda a região continental a oportunidade de virar esse jogo. Internamente devemos fortalecer nossa base industrial, investir fortemente em nossa infraestrutura, zelar pelas nossas riquezas – a Amazônia é fundamental nesse processo – e promover a efetiva integração com os países latinos e do Caribe através do Mercosul, e retorno a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). São questões cruciais.
Como também disse Lula em seu discurso no México, “os bons ventos voltam a soprar sobre a nossa região. E tudo faremos para que, a partir do primeiro dia de 2023, o Brasil também volte a trilhar o caminho do desenvolvimento com inclusão social e combate a todas as formas de desigualdade”.
As desiguldades só podem ser combatidas se o novo governo promover uma verdadeira revolução na Educação e na Cultura, pois formar cidadãos conscientes é um dos pontos básicos para recolocar o Brasil no caminho da sua independência. Sem Educação e Cultura somos apenas cegos consumidores.
A pandemia e a guerra provam claramente o engodo que é a globalização com sua falida política neoliberal. O Brasil não pode mais ficar a reboque dessa história mofada, ele precisa assumir de fato o seu destino e junto com nossos irmãos das Américas Latina, Central e Caribe construir nova ordem, onde prevaleça a verdadeira justição social.
Lula é, sem dúvida, um dos arquitetos desse difícil, mas possível, projeto de liberdade.
Francis Ivanovich é jornalista e diretor de teatro e cinema.
(Foto de Ricardo Stuckert)