Por Luã Reis:
Em 12 de janeiro, ocorreu debate sobre o carnaval entre membros do Partido dos Trabalhadores. Os debatedores eram representantes das setoriais de Cultura, do Turismo e da Saúde.
Cada setorial defendeu um ponto de vista de acordo com a área. Um debate real. Os membros da saúde argumentaram que deveria sim se cancelar o carnaval por conta do recente e enorme avanço do número de casos de Covid-10. Antes, contudo, se observar o que ocorre agora, não só as aglomerações em eventos, mas em locais de trabalho e no transporte público. Se destacou também que ainda não se conhece totalmente a dinâmica da variante ômicron, daqui a um mês é possível haver um cenário diferente.
O representantes do turismo mostraram preocupação com o sustento dos trabalhadores do setor com o cancelamento da folia, mesmo assim defendem que a não realização do carnaval. Por conta da exposição, trabalhadores são muito vitimados pela pandemia. É melhor uma medida que pare tudo imediatamente, permitindo um regresso breve. Lembraram que os auxílios para o setor, tanto no nível estadual quanto no municipal, não foram promulgados.
A maior parte dos debatedores era da cultura, trazendo opiniões diversas dentro do mesmo setor. Cada um abordou de um ângulo. Consenso geral: permitir festas privadas, cancelando apenas o carnaval de rua é elitismo. Ressaltou-se o caráter popular da festa e a necessidade econômica dos trabalhadores.
Um companheiro das escolas de samba defendeu a manutenção do desfile. Outro representante das escolas ponderou que seria melhor já pensar em uma nova data para o carnaval, em junho ou julho. Essa ideia foi bem recebida, tanto pela Saúde quanto pelo Turismo. Um membro de uma casa de bate-bolas destacou que se houver festa privada e desfile, os bate-bolas sairão. Não haverá motivo para os realizadores da festa popular respeitarem uma restrição ambígua.
Portanto, há consensos: o cancelamento apenas da festa nas ruas é uma medida elitista; os trabalhadores afetados devem ter algum tipo de auxílio; mais do que uma festa, o carnaval é uma expressão popular e fonte de renda; e deve-se pensar em uma data futura para o eventual adiamento.
Segue em um democrático debate como devem ser implementadas as medidas e os posicionamentos a serem adotados.
A certeza é que se ouvindo todos os lados, abordando a questão pelos diferentes ângulos, é possível avançar em soluções para os trabalhadores e o povo.
Por Luã Reis, comunicador, Mestre em História e integrante do Saravá Cultural.