PT 43 anos: minha ancestralidade mora no meu bairro

Por Dema:

É comum, e muito, rendermos homenagens nesta data, 10 de fevereiro, dia da fundação do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras , a figuras públicas que se destacaram ao longo dos anos de sua militância política, social, intelectual. E como é comum.

Mulher, preta, 1.50 de altura, passos curtos, voz baixa e tranquila, aos domingos ainda cedo levanta-se para ir a missa na paróquia Menino Jesus de Praga, que viu surgir e crescer. Conviveu ali com os padres italianos que muito contribuíram com a formação política de jovens da sua comunidade, transformando-os em cidadãos com consciência politica.

Ao longo dos seus oitenta e tantos anos de vida contribuiu e muito para que jovens que esses jovens adquirisse consciência de classe e enxergasse o mundo com outro olhar.


Apesar da aparente fragilidade essa mulher preta, nunca fugiu à luta ou titubeou na sua crença em defesa do povo pobre; sem medo de ser feliz não tenho dúvidas em afirmar que conheço uma heroína viva, heroína que veste o manto da solidariedade, da humildade, heroína que anda nas ruas da sua periférica comunidade, muitas das vezes sob o fogo cruzados dos fuzis com mira telescópica que cospem projéteis letais, projéteis que já levaram muita dor ao seu pequeno coração.

Mesmo isso não a fez em momento algum pensar em desistir de sua militância, militância partidária, militância sindical, militância, religiosa, militância social, militância do movimento negro, militância da vida pela vida.


Durante os quinhentos e oitenta dias em que Lula esteve recluso, era comum, muito comum quando estávamos panfletando nas feiras, Calçadão, estação Ferroviária, era comum contarmos com a presença da nossa pequena gigante heroína, ali, na luta, brigando, defendendo o fim da prisão injusta de Luís Inácio Lula da Silva. Ela nos fortalecia, e como, ombrear ao seu lado é uma honra.

A minha ancestralidade tem nome, CPF, RG, endereço, é de carne e osso, voz baixa, altura de 1.50, minha ancestralidade que carrega nos ombros a dor de anos de luta, desde a infância quando trabalhava como doméstica, para ajudar no sustento da família , menina pobre que passou por duas remoções ao longo de sua vida, estabelecendo-se finalmente no longínquo bairro Vila Aliança em Bangu.

Natural da Cidade de Manhumirim (MG), tem duas graduações, uma em Pedagogia pela Universidade Cidade e outra em Serviço Social pela PUC-RIO.

Enfrentou toda dificuldade que a distância, o trânsito, o trem nos trás, para estudar, no distante bairro da Gávea e obter seu diploma, a vida da minha heroína é repleta de histórias e vivências.

Há minha ancestralidade ,escreveria páginas e mais páginas decorrendo sobre suas histórias porém, neste dia em que o nosso Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras comemora seu quadragésimo terceiro ano de vida, nesse dia em que saudamos todos os nossos herói que partiram, que lutaram, que dedicaram suas vidas a luta pela libertação do povo trabalhador que do alto dos seus tantos anos de vida e dede lutas, neste dia Anazir Maria de Oliveira, nossa querida Dona Zica quero lhe dizer que você representa aqui, em vida, a nossa ancestralidade e nossa luta.

Um beijo profundo no seu coração, um forte abraço e todo nosso respeito!

*Dema é secretário de organização do PT Carioca.

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