Ou fim do sequestro de nossos símbolos nacionais
Por Marcus Gatto:
Infelizmente nos últimos anos assistimos a apropriação por parte da extrema direita brasileira de nossos símbolos pátrios. Isto na verdade faz parte de um projeto maior, um projeto de divisão da sociedade entre aqueles que apoiam o governo e aqueles contrários a eles.
Engana-se quem acha que esta ideia é privilégio deste governo. Estas técnicas foram criadas entre a primeira e segunda guerras mundiais, por dois regimes da extrema direita, principalmente o nazismo e o fascismo.
Em ambos os casos, assistimos a formação de pensamentos nacionalistas, com a conclamação da população em defesa da nação contra aqueles contrários ao sistema imposto. Desta forma, o governo se apropria dos símbolos nacionais, criando uma divisão de “nós” contra “eles”.
Os símbolos nacionais passam a não mais pertencer a toda a sociedade, mas apenas a uma parcela, aqueles que são apoiadores do governo, reforçando a posição que os que divergem da ideologia e propostas criadas, devem ser considerados inimigos da Pátria.
A oposição passa a ser estigmatizada, sem ao menos o direito de usar os símbolos nacionais em defesa de suas causas e pontos de vista.
Quero meu verde e amarelo de volta, quero voltar a ter orgulho de usar as cores que sempre me representaram, Não podemos e nem devemos ceder ao jogo sujo do “nós contra eles”, mas sim proclamarmos a união de toda a sociedade por meio do reconhecimento de uma unidade nacional e não de um apelo nacionalista típica da visão fascista.
Que no dia 02 de outubro de 2022, voltemos a ter um só Brasil, uma só nação. Que a democracia vença o medo e aos ratos sobre apenas o esgoto e a escuridão, mas nunca o esquecimento, pois apenas a memória e a história podem evitar a volta de regimes autoritários. Bom voto.
Marcus Gatto é produtor cultural.