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  • Lula: “A cultura vai ajudar a construir um país mais democrático” 

    Lula: “A cultura vai ajudar a construir um país mais democrático” 

    Vale sempre lembrar as declarações de Lula sobre a Cultura, este que é um dos setores mais pelos fascistas, pela extrema-direita. A Cultura deve ser valorizada por ser essencial na construção de um país mais democrático. Foi o que defendeu Lula durante a entrevista coletiva que concedeu a veículos independentes

    “Eles têm tanto medo de cultura que acabaram com o ministério”, lembrou o ex-presidente, referindo-se ao fato de Bolsonaro ter extinto a pasta e a transformado em secretaria ligada ao MInistério do Turismo. Logo em seguida, deixou claro que, caso venha a se candidatar e seja eleito, vai tratar o setor como uma das prioridades. 

    “Eu vou fazer uma conferência de cultura e vou criar um comitê de cultura. Não vai ser só um ministro da Cultura, não, vai ser comitê de cultura. Para a gente dizer para eles que a cultura vai ajudar a construir um país mais democrático. Então, quem tiver medo de cultura que se prepare porque a cultura vai funcionar mais forte no próximo governo”, completou.

    É comum ver Lula ressaltando a importância da cultura para o país. No ano passado, por exemplo, em encontro com artistas no Rio de Janeiro, o ex-presidente lembrou que o setor gera riquezas e, ao mesmo tempo, emancipa a população.

    “É preciso que vocês ajudem a reconstruir este país. É preciso que a gente veja a cultura como uma indústria de produzir cultura e riqueza neste país. A gente não pode achar que colocar dinheiro na cultura é gasto. Porque é a maldita mania: tudo que se dá pro rico é investimento, tudo que se dá pro pobre é gasto. Tudo que se dá pro rico é investimento, tudo que se dá pra educação é gasto. Mas quanto mais investirmos na cultura, mais ajudaremos o povo a defender seus direitos e a fazer uma revolução democrática e pacífica”, afirmou na ocasião.

    “Proposta animadora”, diz Márcio Tavares

    Para o secretário nacional de Cultura do Partido dos Trabalhadores, Márcio Tavares, a fala de Lula na quarta-feira é “um alento para um setor que sofreu tanto com o esvaziamento das políticas culturais e com a perseguição de Bolsonaro e dos bolsonaristas”. 

    “Importante Lula ter se comprometido com a recriação do MinC, instituição fundamental para a retomada das políticas culturais e do investimento em cultura. E é animadora a proposta do comitê de cultura, que certamente será um enlace entre governo e comunidade cultural fundamental”, avalia Tavares. 

    “Os compromissos de Lula com o setor vão se materializar no programa a ser construído para governar, que certamente incluirá a reversão de tudo o que de ruim foi feito nesse governo e ousadas iniciativas para a retomada da produção cultural no país, com políticas adequadas e com a valorização da nossa diversidade”, completa o secretário.

    Da Redação PT (Foto de Ricardo Stuckert)

  • Lula fala à mídia independente, veja como foi na íntegra

    Lula fala à mídia independente, veja como foi na íntegra
  • Axé! Tiago Santana

    Axé! Tiago Santana

    O Núcleo Saravá Cultural parabeniza nosso querido presidente Tiago Santana pelo seu aniversário e deseja muita saúde, positividade e potência, para que juntos possamos eleger Lula presidente do Brasil. Parabéns Tiago Santana.

    Axé!

  • A responsabilidade das estatais com a Cultura Brasileira

    A responsabilidade das estatais com a Cultura Brasileira


    Por Paulinho Sacramento:

    Em tempos de aumento constante dos nossos combustíveis, precisamos debater a Petrobras. A Petrobras sempre foi uma das empresas que mais atuaram em prol da Cultura em nosso País. Entre 2001, quando começaram os editais, e 2011, distribuiu R$2,1 bilhões, sendo R$1,15 bilhão por meio da Lei Rouanet. O ano de maior aporte foi durante o governo Lula em 2006, quando a estatal teve lucro recorde: foram R$ 288 milhões.


    Entre 2003 a 2012 tivemos 3.700 agraciados. Entretanto, em 2012 realizou-se a última seleção pública nacional. Dois anos depois, houve uma chamada regional, só para Minas Gerais, no total de R$10 milhões. De 2015 para 2016, o valor investido em cultura passou de R$ 161 milhões a R$ 94 milhões; em 2017, caiu a R$ 65 milhões.


    Infelizmente a situação de investimento em Cultura pela Estatal não melhora nos anos vindouros. No ano de 2018 é lançado o edital Petrobras Música com investimentos em R4 10 milhões de reais. No ano de 2019 o investimento foi ainda menor, cerca de R$ 3 milhões de reais, dando continuidade ao edital do ano anterior. No edital de 2020 o foco está na literatura, com investimento de R$ 4 milhões de reais.


    Observando novamente 2020, os investimentos da Petrobrás na área de arte e cultura foram os mais baixos dos últimos 15 anos. Os patrocínios culturais da estatal caíram de R$ 289 milhões, em 2006, para apenas R$ 18 milhões no ano passado. O levantamento é do Instituto Latinoamericano de Estudos Socioeconômicos (Ilaese) e aponta ainda uma redução no aporte financeiro da empresa ao setor de pesquisa e desenvolvimento tecnológico.


    A análise dos investimentos em cultura é fundamentada em dados apresentados no Balanço Social da Petrobrás, que envolve a participação da estatal em todos os tipos de patrocínios culturais, e traça o percentual da receita líquida que a empresa tem aplicado nesse setor. Em 2006, o valor investido representava 0,24% da receita líquida da estatal, porcentagem que foi reduzida a 0,007% em 2020.


    Segundo o gerente de patrocínio da Estatal, Diego Pila um novo planejamento foi criado, onde a cada ano focarão em segmentos distintos. Com base nesta nova filosofia, diversos contratos firmados anteriormente serão cancelados, não tendo mais a garantia de atender ao setor cultural como aconteceu ao longo de tantos anos.


    Empresas que contavam como patrocínio direto da Petrobras foram impactadas diretamente, como o Grupo Galpão, com 16 anos de patrocínio, a Orquestra Petrobras Sinfônica (Opes), patrocinada há 30 anos, Grupo Corpo (há 17 anos) e Cia de Dança Deborah Colker desde 1995, entre tantos outros projetos de diversos portes.


    O que assistimos na verdade é um processo de desmonte de uma política pública com foco no desenvolvimento da Cultura pelas empresas estatais em nosso País. A Petrobras sempre foi uma das principais empresas patrocinadoras do País. Por meio do Programa Petrobras Cultural, todos os segmentos ligados à cultura eram contemplados. Desde de grandes projetos até aqueles nos rincões do Brasil, projetos de pouca visibilidade ou em municípios muito pequenos eram analisados, não apenas pelo olhar do retorno de imagem, mas também pelos benefícios sociais que estas ações trariam.

    Enganam-se aqueles que acreditam que o mercado irá retornar aos números que tínhamos há 4 anos atrás sem ajuda do Governo. Na verdade, caberia ao Governo ser um fomentador de ações e desenvolvimento do setor, usando os mecanismos existentes no mercado, as leis de incentivo.


    Pela atual política da Empresa o foco será em projetos que lhe deem retorno de imagem e não mais terão a preocupação do impacto social que essas medidas promovem. Este caminho é no mínimo temerário, triste, covarde. É a escolha do caminho mais fácil e não daquele que trará maiores benefícios à sociedade.

    Em um Brasil pandêmico, devemos ter responsabilidade sanitária e trabalhar pela vacinação em massa, porém, devemos usar todos os meios necessários para manutenção responsável de um setor que tem grande poder de contratação, como as atividades culturais e turísticas. A influência da Estatal no país é gigantesca, assim como a sua responsabilidade com a sociedade.

    A Petrobras não pode virar as costas à sua importância histórica nas ações em prol da Cultura Brasileira e ao desenvolvimento do país.

    Não ao desmonte da Petrobras. Cultura gera emprego.

    Saravá!

    Paulinho Sacramento, Cineasta, Artista residente do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Gestor Cultural e Diretor do Rio Mapping Festival e da Casa de Cultura Saravá Bien.

  • O necessário debate sobre o Carnaval

    O necessário debate sobre o Carnaval

    Por Luã Reis:

    Em 12 de janeiro, ocorreu debate sobre o carnaval entre membros do Partido dos Trabalhadores. Os debatedores eram representantes das setoriais de Cultura, do Turismo e da Saúde.

    Cada setorial defendeu um ponto de vista de acordo com a área. Um debate real. Os membros da saúde argumentaram que deveria sim se cancelar o carnaval por conta do recente e enorme avanço do número de casos de Covid-10. Antes, contudo, se observar o que ocorre agora, não só as aglomerações em eventos, mas em locais de trabalho e no transporte público. Se destacou também que ainda não se conhece totalmente a dinâmica da variante ômicron, daqui a um mês é possível haver um cenário diferente. 

    O representantes do turismo mostraram preocupação com o sustento dos trabalhadores do setor com o cancelamento da folia, mesmo assim defendem que a não realização do carnaval. Por conta da exposição, trabalhadores são muito vitimados pela pandemia. É melhor uma medida que pare tudo imediatamente, permitindo um regresso breve. Lembraram que os auxílios para o setor, tanto no nível estadual quanto no municipal, não foram promulgados.

    A maior parte dos debatedores era da cultura, trazendo opiniões diversas dentro do mesmo setor. Cada um abordou de um ângulo. Consenso geral: permitir festas privadas, cancelando apenas o carnaval de rua é elitismo. Ressaltou-se o caráter popular da festa e a necessidade econômica dos trabalhadores.

    Um companheiro das escolas de samba defendeu a manutenção do desfile. Outro representante das escolas ponderou que seria melhor já pensar em uma nova data para o carnaval, em junho ou julho. Essa ideia foi bem recebida, tanto pela Saúde quanto pelo Turismo. Um membro de uma casa de bate-bolas destacou que se houver festa privada e desfile, os bate-bolas sairão. Não haverá motivo para os realizadores da festa popular respeitarem uma restrição ambígua.  

    Portanto, há consensos: o cancelamento apenas da festa nas ruas é uma medida elitista; os trabalhadores afetados devem ter algum tipo de auxílio; mais do que uma festa, o carnaval é uma expressão popular e fonte de renda; e deve-se pensar em uma data futura para o eventual adiamento.

    Segue em um democrático debate como devem ser implementadas as medidas e os posicionamentos a serem adotados.

    A certeza é que se ouvindo todos os lados, abordando a questão pelos diferentes ângulos, é possível avançar em soluções para os trabalhadores e o povo.  

    Por Luã Reis, comunicador, Mestre em História e integrante do Saravá Cultural.

  • Nota PTRJ: Arquivo Nacional é nosso!

    Nota PTRJ: Arquivo Nacional é nosso!

    Em defesa da preservação da história e memória do povo brasileiro o PT RJ vem por meio desta nota expressar indignação e repúdio ao processo de desmonte do Arquivo Nacional que cumpre uma dupla e essencial função para o Estado e a sociedade brasileira – tanto na gestão dos documentos de arquivo que são produzidos em todos os órgãos federais, quanto na salvaguarda e acesso de acervos de importância fundamental para a história.

    Prestamos solidariedade aos funcionários exonerados e afirmamos que os ataques ao Arquivo Nacional afetam o direito à transparência e à memória do povo brasileiro. As indicações de profissionais sem formação especializada e reconhecimento na área agravam o desmonte de estrutura vital para o pleno funcionamento da instituição. Uma evidência flagrante de deslegitimação do saber científico e técnico que limita a autoavaliação constante necessária para as políticas públicas diante de realidades plurais do patrimônio e memória na sociedade.

    A complexidade da gestão do Arquivo Nacional exige lato conhecimento dos profissionais cujas prerrogativas abarcam diversas diretrizes. O sensível cenário em que as novas indicações estão sendo realizadas demonstram, para além disso, trivialização das muitas fruições dos bens culturais na sociedade. Uma atitude que parece desconsiderar intencionalmente essas engrenagens, em termos particulares e gerais, implicando assim em profunda banalização de ações ampliadas de patrimônio e memória.

    Diante do compromisso com a ética norteadora das políticas públicas de patrimônio, essa nota de indignação e repúdio soma-se a todas as entidades – e profissionais qualificados – que se posicionam criticamente sobre os citados processos no âmbito do Arquivo Nacional em um exercício democrático fundamental na defesa de uma das instituições mais importantes do país.

    O ARQUIVO NACIONAL É NOSSO!

    PTRJ
    PTRJ
  • Manobra casuística contra Lula e o PT

    Manobra casuística contra Lula e o PT

    Por Luã Reis:

    Nessa semana, foram realizadas mudanças na Lei dos Partidos. Entre os dispositivos da nova legislação, está a proibição de não-filiados nas inserções veiculadas em rádio, TV e internet. Dessa forma, artistas, personalidades, intelectuais e celebridades não podem aparecer em inserções, propagandas eleitorais ou simplesmente pedir votos para candidatos, a menos que estejam filiados nos respectivos partidos.

    Como foi noticiado pela própria imprensa, essa lei atinge em cheio ao Partido dos Trabalhadores, que historicamente contou com o apoio de atrizes, atores, cantores e da classe artística em geral.

    Essa lei também afeta o direito democrático de artistas expressarem as preferências político-eleitorais. A eleição afinal não é feita somente pelos filiados aos partidos.

    O novo conjunto de leis parece ser mais uma manobra casuística contra Lula e o PT, ao custo da liberdade de associação e da liberdade de expressão, garantidas pela tão maltratada Constituição Federal .

    Luã Reis é comunicador e Mestre em História, além de integrante do Saravá Cultural.

  • O nebuloso ano de 2018

    O nebuloso ano de 2018

    Por Ivann Lago:

    O Brasil levará décadas para compreender o que aconteceu naquele nebuloso ano de 2018, quando seus eleitores escolheram, para presidir o país, Jair Bolsonaro. Capitão do Exército expulso da corporação por organização de ato terrorista; deputado de sete mandatos conhecido não pelos dois projetos de lei que conseguiu aprovar em 28 anos, mas pelas maquinações do submundo que incluem denúncias de “rachadinha”, contratação de parentes e envolvimento com milícias; ganhador do troféu de campeão nacional da escatologia, da falta de educação e das ofensas de todos os matizes de preconceito que se pode listar.


    Embora seu discurso seja de negação da “velha política”, Bolsonaro, na verdade, representa não sua negação, mas o que há de pior nela. Ele é a materialização do lado mais nefasto, mais autoritário e mais inescrupuloso do sistema político brasileiro. Mas – e esse é o ponto que quero discutir hoje – ele está longe de ser algo surgido do nada ou brotado do chão pisoteado pela negação da política, alimentada nos anos que antecederam as eleições.


    Pelo contrário, como pesquisador das relações entre cultura e comportamento político, estou cada vez mais convencido de que Bolsonaro é uma expressão bastante fiel do brasileiro médio, um retrato do modo de pensar o mundo, a sociedade e a política que caracteriza o típico cidadão do nosso país.


    Quando me refiro ao “brasileiro médio”, obviamente não estou tratando da imagem romantizada pela mídia e pelo imaginário popular, do brasileiro receptivo, criativo, solidário, divertido e “malandro”. Refiro-me à sua versão mais obscura e, infelizmente, mais realista segundo o que minhas pesquisas e minha experiência têm demonstrado.


    No “mundo real” o brasileiro é preconceituoso, violento, analfabeto (nas letras, na política, na ciência… em quase tudo). É racista, machista, autoritário, interesseiro, moralista, cínico, fofoqueiro, desonesto.


    Os avanços civilizatórios que o mundo viveu, especialmente a partir da segunda metade do século XX, inevitavelmente chegaram ao país. Se materializaram em legislações, em políticas públicas (de inclusão, de combate ao racismo e ao machismo, de criminalização do preconceito), em diretrizes educacionais para escolas e universidades. Mas, quando se trata de valores arraigados, é preciso muito mais para mudar padrões culturais de comportamento.


    O machismo foi tornado crime, o que lhe reduz as manifestações públicas e abertas. Mas ele sobrevive no imaginário da população, no cotidiano da vida privada, nas relações afetivas e nos ambientes de trabalho, nas redes sociais, nos grupos de whatsapp, nas piadas diárias, nos comentários entre os amigos “de confiança”, nos pequenos grupos onde há certa garantia de que ninguém irá denunciá-lo.


    O mesmo ocorre com o racismo, com o preconceito em relação aos pobres, aos nordestinos, aos homossexuais. Proibido de se manifestar, ele sobrevive internalizado, reprimido não por convicção decorrente de mudança cultural, mas por medo do flagrante que pode levar a punição. É por isso que o politicamente correto, por aqui, nunca foi expressão de conscientização, mas algo mal visto por “tolher a naturalidade do cotidiano”.


    Se houve avanços – e eles são, sim, reais – nas relações de gênero, na inclusão de negros e homossexuais, foi menos por superação cultural do preconceito do que pela pressão exercida pelos instrumentos jurídicos e policiais.


    Mas, como sempre ocorre quando um sentimento humano é reprimido, ele é armazenado de algum modo. Ele se acumula, infla e, um dia, encontrará um modo de extravasar. (…)
    Foi algo parecido que aconteceu com o “brasileiro médio”, com todos os seus preconceitos reprimidos e, a duras penas, escondidos, que viu em um candidato a Presidência da República essa possibilidade de extravasamento. Eis que ele tinha a possibilidade de escolher, como seu representante e líder máximo do país, alguém que podia ser e dizer tudo o que ele também pensa, mas que não pode expressar por ser um “cidadão comum”.


    Agora esse “cidadão comum” tem voz. Ele de fato se sente representado pelo Presidente que ofende as mulheres, os homossexuais, os índios, os nordestinos. Ele tem a sensação de estar pessoalmente no poder quando vê o líder máximo da nação usar palavreado vulgar, frases mal formuladas, palavrões e ofensas para atacar quem pensa diferente. Ele se sente importante quando seu “mito” enaltece a ignorância, a falta de conhecimento, o senso comum e a violência verbal para difamar os cientistas, os professores, os artistas, os intelectuais, pois eles representam uma forma de ver o mundo que sua própria ignorância não permite compreender.


    Esse cidadão se vê empoderado quando as lideranças políticas que ele elegeu negam os problemas ambientais, pois eles são anunciados por cientistas que ele próprio vê como inúteis e contrários às suas crenças religiosas. Sente um prazer profundo quando seu governante maior faz acusações moralistas contra desafetos, e quando prega a morte de “bandidos” e a destruição de todos os opositores.


    Ao assistir o show de horrores diário produzido pelo “mito”, esse cidadão não é tocado pela aversão, pela vergonha alheia ou pela rejeição do que vê. Ao contrário, ele sente aflorar em si mesmo o Jair que vive dentro de cada um, que fala exatamente aquilo que ele próprio gostaria de dizer, que extravasa sua versão reprimida e escondida no submundo do seu eu mais profundo e mais verdadeiro.


    O “brasileiro médio” não entende patavinas do sistema democrático e de como ele funciona, da independência e autonomia entre os poderes, da necessidade de isonomia do judiciário, da importância dos partidos políticos e do debate de ideias e projetos que é responsabilidade do Congresso Nacional. É essa ignorância política que lhe faz ter orgasmos quando o Presidente incentiva ataques ao Parlamento e ao STF, instâncias vistas pelo “cidadão comum” como lentas, burocráticas, corrompidas e desnecessárias. Destruí-las, portanto, em sua visão, não é ameaçar todo o sistema democrático, mas condição necessária para fazê-lo funcionar.


    Esse brasileiro não vai pra rua para defender um governante lunático e medíocre; ele vai gritar para que sua própria mediocridade seja reconhecida e valorizada, e para sentir-se acolhido por outros lunáticos e medíocres que formam um exército de fantoches cuja força dá sustentação ao governo que o representa.


    O “brasileiro médio” gosta de hierarquia, ama a autoridade e a família patriarcal, condena a homossexualidade, vê mulheres, negros e índios como inferiores e menos capazes, tem nojo de pobre, embora seja incapaz de perceber que é tão pobre quanto os que condena. Vê a pobreza e o desemprego dos outros como falta de fibra moral, mas percebe a própria miséria e falta de dinheiro como culpa dos outros e falta de oportunidade. Exige do governo benefícios de toda ordem que a lei lhe assegura, mas acha absurdo quando outros, principalmente mais pobres, têm o mesmo benefício.


    Poucas vezes na nossa história o povo brasileiro esteve tão bem representado por seus governantes. Por isso não basta perguntar como é possível que um Presidente da República consiga ser tão indigno do cargo e ainda assim manter o apoio incondicional de um terço da população. A questão a ser respondida é: como milhões de brasileiros mantêm vivos padrões tão altos de mediocridade, intolerância, preconceito e falta de senso crítico ao ponto de sentirem-se representados por tal governo?

    Ivann Lago é Professor e Doutor em Sociologia Política.

  • 61% reprovam Bolsonaro e 57% o consideram ruim ou péssimo

    61% reprovam Bolsonaro e 57% o consideram ruim ou péssimo

    Mais uma pesquisa de opinião publica confirma que a imensa maioria dos brasileiros não aguenta mais Jair Bolsonaro. O presidente que trouxe de volta a fome, a inflação e o desemprego e é capaz até mesmo de criar obstáculos à vacinação de crianças é hoje rejeitado por 57% e seu governo é reprovado por 61% dos brasileiros.

    Os dados são de pesquisa realizada pelo PoderData com 3 mil pessoas entre 2 e 4 de janeiro e divulgada nesta quinta-feira (6) no site Poder 360. Segundo o levantamento, 57% é o índice de pessoas que julgam o trabalho de Bolsonaro ruim ou péssimo, 33 pontos percentuais acima dos 24% que o consideram bom ou ótimo. Os que julgam regular são 14%, e os que não souberam ou não responderam somam 5%.

    Os grupos que pior avaliam o trabalho de Bolsonaro são as mulheres (59%), pessoas entre 25 e 44 anos (64%), moradores do Nordeste (70%), quem tem nível superior (68%) e aqueles que ganham até 2 ou mais de 5 salários mínimos (61%).

    Quando a pergunta é se a pessoa aprova ou desaprova o governo de Jair Bolsonaro, o índice dos que dizem desaprovar chega a 61%, contra 31% que dizem aprovar e 8% que não sabem ou não responderam. A desaprovação é maior entre mulheres (66%), pessoas entre 25 e 44 anos (68%), moradores do Nordeste (70%), pessoas com nível superior (70%) e trabalhadores que ganham até 2 salários mínimos (66%).

    Da Redação PT

  • Dia dos Santos Reis: Folia Penitentes no Santa Marta

    Dia dos Santos Reis: Folia Penitentes no Santa Marta

    Por Álvaro Maciel, Portal das Favelas.

    Hoje, 06 de janeiro, é o Dia dos Santos Reis

    A Folia dos Reis é comemorada nesta data, dia 6 de janeiro . Dia que encerra a jornada iniciada na noite do Nascimento Menino Jesus .

    Dia de Reis ou dos Santos Reis, celebra a viagem dos três Reis Magos a Belém para adorar o menino Jesus.

    No Santa Marta, favela de Botafogo, ao lado da Associação de Moradores e todo morador sabe indicar: a Folia Penitentes .

    A folia começa à 20h, mas o encontro da comitiva com o Professor Adair Rocha está marcado para às 19h, na Pracinha São Clemente, em frente à favela .